Quais os benefícios dos desinfetantes com efeito residual de longa duração?

Tempo de leitura: 5 min.

Long Lasting Disinfectants Benefits and Limitations Long Lasting Disinfectants Benefits and Limitations
Dr. Claire Khosravi PHD
EU IP & PC Application and Technical Team Lead Diversey Europe
Mar 17, 2022

Os desinfetantes com eficácia residual, também chamados de desinfetantes de longa duração, são uma tendência emergente.

 

Neste artigo, enumeramos os benefícios e as potenciais limitações associados ao uso de tecnologias com efeito residual para a desinfeção de longa duração de superfícies de contacto frequente nos vários tipos de instalações.

 

A importância da limpeza de superfícies de contacto frequente

 

As superfícies duras não-porosas de instalações públicas têm um papel importante na transmissão de microrganismos patogénicos, propagando contaminações entre as pessoas. As superfícies tocadas de forma mais frequente, como maçanetas, botões dos elevadores, interruptores, balcões ou ecrãs táteis constituem um risco acrescido na transmissão de microrganismos e na consequente contaminação.

 

O uso de detergentes desinfetantes em superfícies duras não-porosas é crucial para a obtenção de um ambiente higienizado em instalações públicas. As propriedades de limpeza removem a sujidade enquanto a desinfeção elimina os microrganismos. No entanto, a desinfeção manual de superfícies tem uma importante limitação: embora sejam eficazes na eliminação de microrganismos, os desinfetantes não garantem a eficácia para além do tempo de contacto, ou seja, do período durante o qual as superfícies permanecem molhadas.

 

Long lasting disinfectant benefits

 

Reduzir o risco de contaminação cruzada

 

Após a limpeza e a desinfeção, a contaminação subsequente das superfícies repõe o nível de risco para as pessoas em contacto com essas superfícies. Para fazer face a esta limitação, têm sido desenvolvidos produtos que, quando aplicados regularmente nas superfícies, proporcionam eficácia entre as rotinas de limpeza e de desinfeção. Estes designam-se por produtos com eficácia residual.

 

O efeito residual reduz o risco potencial de contaminação inerente ao contacto com superfícies entre as desinfeções, protegendo continuamente a superfície com compostos biocidas ativos, enquanto um desinfetante sem eficácia residual, mesmo com um excelente desempenho, apenas oferece eficácia imediata.

 

Tecnologias existentes para desinfeção de longa duração

 

Uma das formas de proporcionar eficácia residual é a incorporação do agente biocida na superfície durante o processo de fabrico da mesma. Maçanetas, corrimãos ou interruptores feitos em materiais contendo o agente biocida têm surgido no mercado. Estas tecnologias não serão abordadas neste artigo.

 

Uma outra abordagem, mais comum, consiste na utilização de produtos que são aplicados nas superfícies numa base regular. Esses produtos contêm um agente biocida (ex: compostos de quaternários de amónio) e um outro agente que ajuda a fixar o biocida na superfície, podendo ser uma película removível como um polímero de siloxano ou um álcool polivinílico.

 

A Diversey desenvolveu um produto desta tipologia com uma tecnologia inovadora (APT - Advanced Polymer Technology) baseada na fixação do agente biocida através de uma película constituída por um polímero. A película funciona como um reservatório do agente biocida que se encontra próximo da superfície, o que significa que, nas 24 horas seguintes à aplicação do produto, qualquer contaminação da superfície é exposta a uma nova dose de agente biocida. Através deste mecanismo, a superfície mantém a capacidade antimicrobiana, prevenindo a contaminação entre as aplicações de produto.

 

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Principais critérios na escolha de um desinfetante de longa duração

 

1. Impacto na eficácia de desinfeção

 

O nível da capacidade de retenção do agente biocida por parte da película de polímero é um fator chave que determina a biodisponibilidade da solução. A biodisponibilidade mede a quantidade de agente biocida que é capaz de atuar sobre os microrganismos.

 

Soluções que retêm fortemente o agente biocida, oferecem baixos níveis de biodisponibilidade e, mesmo estando ativas durante um período alargado de tempo, proporcionam uma reduzida eficácia devido à menor biodisponibilidade do agente biocida. Além disso, quando a superfície apresenta sujidade, esta pode constituir uma barreira à eficácia. Soluções com menor capacidade de retenção do agente biocida oferecem níveis de eficácia mais elevados mas são efetivas durante um intervalo de tempo mais curto e são menos afetadas pela presença de sujidade na superfície.

 

2. Estética e abrasão da superfície

 

O desinfetante deve ser suave para as superfícies e compatível com os materiais normalmente encontrados em instalações públicas ou comerciais. A película de polímero tem de ser facilmente removível por produtos de limpeza e resistente à remoção por abrasão.

 

3. Eficácia antimicrobiana

 

O teste de eficácia residual PAS 2424, desenvolvido pelo British Standards Institute, é um dos mais reconhecidos na Europa. Requer ciclos de abrasão múltipla, múltiplas reinoculações e tem uma meta de redução de log 3.

 

Os desinfetantes podem ser eficazes contra diferentes tipos de microrganismos, como bactérias Gram-positivas, bactérias Gram-negativas, vírus encapsulados, vírus não-encapsulados, leveduras, etc. Algumas tecnologias com efeito residual têm demonstrado eficácia microbiológica contra bactérias e vírus. Para aferir a eficácia de cada produto, o rótulo e a ficha técnica deverão ser consultados.

 

Conclusão

 

Os desinfetantes com eficácia residual são a solução ideal para a desinfeção de de superfícies frequentemente tocadas, proporcionando eficácia biocida entre as operações de desinfeção de rotina.