A tecnologia AHP, à base de peróxido de hidrogénio acelerado, tem vindo a ser cada vez mais utilizada nas operações de higiene, limpeza e desinfeção de diversas instalações. Mas, do que se trata esta tecnologia e de que forma é diferenciadora? Será que sabemos todos os fatores a ter em consideração para avaliar da melhor forma a escolha de um desinfetante? Vamos descobrir.
Como avaliar um desinfetante
A escolha de um desinfetante deve ter em conta a conformidade dos resultados, a segurança, e ainda a simplicidade e a otimização dos processos.
Assim, na seleção de um desinfetante, importa começar por verificar que cumpre os requisitos legais aplicáveis, seja na conformidade com o estabelecido nas Normas que regulam as condições de eficácia, seja na evidência do seu registo nas Entidades Reguladoras competentes.
Assegurado o cumprimento dos requisitos legais atrás referidos, deve atender-se à análise de alguns parâmetros que influenciam não só a conformidade, mas também a otimização dos processos. Para isso dever-se-á observar os seguintes aspetos:
- Eficácia microbiológica – ter um largo espectro de eficácia e conseguir esses resultados com um curto tempo de contacto, são elementos importantes para assegurar a conformidade de resultados.
- Rapidez de atuação – a necessidade de um curto tempo de contacto é importante, não só pela redução do tempo do processo, mas também porque a exigência de tempos de contacto prolongados (maiores do que a capacidade da superfície se manter molhada com o produto) implica que sejam feitas múltiplas aplicações do produto na superfície.
- Compatibilidade com as superfícies – na escolha de um desinfetante importa ter em conta que o produto não vai danificar as superfícies.
- Segurança – a utilização do desinfetante não deve colocar em risco as pessoas, quer sejam os utilizadores do produto ou os utentes do local.
- Sustentabilidade ambiental – sempre que não coloque em causa a eficácia do processo, deve ser sempre escolhido um desinfetante com o menor impacto no meio ambiente.
- Estabilidade – a seleção de um desinfetante com mais estabilidade minimiza o risco de situações em que seja necessário descartar produto, por deixar de assegurar a eficácia de atuação, levando a prejuízos económicos e ambientais.
- Condições de limpeza – se um desinfetante só for eficaz em condições de limpo, implica a prévia utilização de um detergente (agravando o tempo e o custo do processo); se for selecionado um desinfetante eficaz em condições de sujo (detergente desinfetante), obtém-se uma simplificação (um só produto assegura a limpeza e a desinfeção) e uma redução do custo do processo. Segundo as Normas, a eficácia microbiológica em condições de sujo implica que a redução microbiológica seja obtida na presença de condições específicas de sujidade – nas áreas de aplicação FIDI (Alimentar, Industrial, Doméstica e Institucional), esse nível de sujidade é geralmente definido pela presença de 0,3% de Albumina Bovina.
O que é o Peróxido de Hidrogénio Acelerado (AHP)
Antes de comparar o Peróxido de Hidrogénio Acelerado (AHP) com outros princípios ativos vulgarmente encontrados nos desinfetantes, será útil perceber quais são as principais propriedades desse composto.
A fórmula do AHP resulta da combinação de outros compostos já há muito conhecidos, dando origem a um novo composto cujas propriedades não se limitam à soma das propriedades dos seus componentes.
O peróxido de hidrogénio é um composto com capacidade desinfetante, mas que exige a utilização de concentrações elevadas e o respeito de longos tempos de contacto. Ao juntar determinados ácidos orgânicos e tensioativos, aumenta-se o espectro de eficácia e a rapidez na obtenção de resultados, que é conseguido com uma redução a nível da concentração de peróxido de hidrogénio necessária, e dotando o produto de uma excelente capacidade de limpeza, além do aumento da estabilidade.
A fórmula obtida, o Peróxido de Hidrogénio Acelerado (AHP), é um detergente desinfetante (por oxidação) de largo espectro de eficácia microbiológica, com atuação a baixas concentrações e com reduzidos tempos de contacto. Em termos de segurança, nas condições de utilização, não apresenta classificação de risco de perigosidade. O AHP tem uma compatibilidade abrangente com os materiais, e por se degradar em água e oxigénio, é notável a sua sustentabilidade ambiental.
AHP face outros desinfetantes
Para avaliar as vantagens do Peróxido de Hidrogénio Acelerado (AHP), relativamente a outros tipos de desinfetantes, dever-se-á analisar as suas propriedades em comparação com os outros princípios ativos.
Atendendo a que na seleção de um desinfetante, os três principais atributos a ter em conta são a eficácia (mais largo espectro na eliminação de microrganismos), a rapidez de atuação e a segurança (na compatibilidade com os materiais, na perigosidade para os utilizadores e para os utentes do local, e no âmbito ambiental), o AHP (Peróxido de Hidrogénio Acelerado) destaca-se por ser o que agrega a melhor classificação nessa abrangência de parâmetros. Conforme referido atrás, não menos importante na análise da eficiência, simplicidade e controlo de custos dos processos, será ainda ter em conta a estabilidade do produto, assim como a capacidade de limpeza do desinfetante, evitando a necessidade de utilizar dois produtos – também nestes pontos o AHP congrega o melhor compromisso.
Quando nos detemos no espectro de eficácia microbiológica e na rapidez de atuação, o AHP e o Cloro apresentam um comportamento mais favorável, ainda que o Peróxido de Hidrogénio Acelerado se destaque por ainda assim permitir tempos de contacto mais curtos. Este último aspeto é particularmente importante por ainda dever ser analisado em conjunto com a capacidade de manter a superfície molhada, já que o cumprimento do tempo de contacto exigido só é conseguido desde que a superfície se mantenha molhada com o desinfetante.
Observando a figura seguinte verificamos que apenas no AHP o tempo de secagem da superfície é superior ao tempo de contacto exigido, ou seja, nos outros casos é absolutamente necessário que se repita a aplicação do desinfetante, sob pena de não cumprirem o tempo de contacto requerido para atingir a redução da carga microbiológica indicada pelo teste de eficácia.
Conjugando o largo espectro de eficácia microbiológica, com a rapidez de atuação (geralmente sem necessidade de múltiplas aplicações), e ainda com a excelente capacidade de limpeza, verifica-se que o AHP assegura uma eficácia superior, conseguindo ainda a simplificação dos processos e a redução de custos, face aos outros princípios ativos.
Assim, torna-se não só numa opção extremamente segura, mas também rentável, eficaz e sustentável.
